Sismologia



Sismicidade e tectónica em Portugal

«Portugal, no contexto da tectónica de placas, situa-se na placa Euro-Asiática, limitada a sul pela falha Açores-Gibraltar (FAG) que corresponde à fronteira entre as placas euro-asiática e africana e a oeste pela falha dorsal do oceano Atlântico.
(...)
O movimento das placas caracteriza-se pelo deslocamento para Norte da Placa Africana e pelo movimento divergente de direcção E-W na dorsal atlântica. Na zona mais ocidental da fractura Açores-Gibraltar (FAG) encontra-se a junção tripla dos Açores e a Sudeste da ilha de S. Miguel a fractura toma uma direcção E-W, com movimento de desligamento e é conhecida por Falha da Glória. Um pouco mais para oriente, na zona do Banco de Gorringe, o movimento de desligamento passa a cavalgamento da placa euroasiática sobre a placa Africana. Para oriente abandona-se o domínio oceânico e entra-se no domínio continental com convergência continente-continente.
Devido a este contexto tectónico, o território português constitui uma zona de sismicidade importante.
Na zona mais ocidental da fractura Açores-Gibraltar, na junção tripla dos Açores, a sismicidade que se faz sentir está relacionada quer com o vulcanismo quer com a movimentação interplacas. A Sudeste da ilha de S. Miguel, a Falha da Glória tem um comportamento assísmico o que pode ser devido à reduzida taxa de movimento que poderá provocar sismos de grande período de retorno. Na zona de cavalgamento a sismicidade é difusa, não delimitando bem uma zona de fronteira, evidenciando um mecanismo complexo de fronteira de placas.
A sismicidade observada mostra que a actividade sísmica do território português resulta de fenómenos interplacas e de fenómenos localizados no interior da placa (sismicidade intraplacas). Aqui, ao contrário da sismicidade interplacas que se caracteriza por sismos de magnitude elevada e grande profundidade, a sismicidade é baixa a moderada e mais difusa, sendo difícil a relação directa entre as falhas existentes e os epicentros dos sismos.
(...)
Como já foi referido, além da sismicidade associada à fronteira de placas, existe actividade sísmica significativa no interior do território português causada pela própria tectónica do território. Neste contexto intraplacas podem salientar-se como zonas sísmicas mais importantes:

(ii) a região do Algarve, onde os sismos de Novembro de 1587 e de 12 de Janeiro de 1856 provocaram grandes estragos no sotavento algarvio e onde o sismo de 1722 provocou grandes estragos materiais e humanos desde o Cabo de S. Vicente a Castro Marim...»

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1 comentário:

Beatriz Bragança disse...

Sempre que consulto o IPMA para saber do tempo, vou ver a actividade sísmica e, no Algarve.há sempre algo, felizmente de pequenas dimensões. Oxalá assim seja sempre.
Obrigada pelo artigo tão informativo.
Um abraço
Beatriz
http://pegadasdeanjo.blogspot.com