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Medusas na Meia Praia

Rhizostoma luteum na Meia Praia em 2017.10.07 às 11:45
 id. proveniente de https://www.facebook.com/GelAvista-1040242599378331/




bocado de Rhizostoma luteum dentro de água em 2017.10.07 às 11:15

Medusa Chrysaora hysoscella fotografada na Meia Praia em 2017.06.07 às 10:11

Medusa Chrysaora hysoscella fotografada na Meia Praia em 2017.06.07 às 10:11

Medusa Chrysaora hysoscella fotografada na Meia Praia em 2017.06.07 às 10:11

Medusa fotografada na Meia Praia em 2017.06.25 às 18:39
«As alforrecas, medusas ou mães d’água existem há mais de 650 milhões de anos, há mais tempo que os dinossauros. Não têm ossos, cérebro ou coração, têm apenas um sistema nervoso rudimentar na base dos tentáculos que sente mudanças no ambiente e coordena os seus movimentos.
Quando atingem uma praia, em poucas horas as alforrecas literalmente evaporam, deixando apenas a pele, que às vezes encontramos no verão. Isto acontece porque são formadas por 98% de água!
As alforrecas são zooplâncton, ou seja animais aquáticos que vivem dispersos no oceano com pouca capacidade de locomoção, são basicamente arrastados pelas correntes.
Muitas alforrecas têm órgãos bioluminescentes, ou seja podem emitir luz. Esta luz pode ajudá-las de várias maneiras, como atrair presas ou distrair predadores.
Segundo os especialistas, as medusas das águas de Portugal Continental, Mediterrâneo, Madeira e Açores são pouco perigosas. Das espécies que aparecem na costa portuguesa a mais perigosa é provavelmente a Pelagia noctiluca (caracterizada por se tornar luminescente quando se sente ameaçada) e a Caravela-portuguesa (apesar das parecenças não é uma alforreca) que, contudo, é relativamente rara nos nossos mares.»


Contos à vela cheia #1





Alforreca era o nome do pequeno veleiro de 21 pés que reunia as quatro jovens esposas dos indefectíveis navegadores lacobrigenses que aos fins-de-semana cruzavam as águas da magnífica baía de Lagos.

A eles reunia-os o chamamento do mar, do prazer da vela e, claro está, do convívio masculino temperado por apreciados líquidos voláteis que nada deviam à massa fluída onde navegavam.

Para elas o motivo era idêntico mas os inflamantes líquidos eram substituídos pelo desejo de afirmar a independência feminina e vingar a repetida ausência dos homens, durante esses inúmeros fins-de-semana náuticos. Claro que as movia, também, a intenção de espicaçar os consortes, a quem apelidavam de marujos de sequeiro, mais interessados nas “mines” de abertura fácil e nas conversas fúteis de machos latinos, do que nas artes de velejar.

Eis, pois, as “alforrecas” vogando nas águas da baía com a graciosidade que o seu género evoca e o elegante veleiro potencia, preparadas para aplicar as suas urticantes ferroadas nos desvalidos marujos embarcados no soberbo veleiro “Poeta”, de 45 pés de comprimento.

Dada a largada ao som da buzina instalada na ponta do cais da Solaria, junto ao mastro provisório de sinalização, aí vão as alforrecas manobrando habilmente o barco, juntando as suas velas às outras dezenas que salpicam de triângulos alvos a imensa baía azul.

E ali vão todos, às dezenas, bolinando o nordeste rumo a Alvor.

À perícia delas juntam-se as instruções de um antigo e experiente velejador que acompanha a regata no seu escaler a motor e lhes vai transmitindo instruções e advertências breves através de um canal de rádio combinado. Quem estivesse à escuta naquela frequência poderia ouvir, por exemplo, uma indicação que foi repetida várias vezes: - Vá lá meninas, levantem a saia da genoa que está torcida sobre o varandim… olhem a saia… levantem a saia. Entre outras instruções variadas.

Com o desenrolar da prova, e tal como esperado e desejado pelas gráceis navegadoras, o “Poeta” foi ficando para trás, na esteira de vários barcos que largaram melhor ou facilmente o alcançaram.

Finalizada a regata e chegando o “Poeta” nove posições abaixo do “Alforreca”, que terminara entre os primeiros, logo se ouve pelo VHF a seguinte mensagem emitida pelo “Alforreca”:

- Viva o “Alforreca”!

- As alforrecas são as maiores!

- Então, e o “Poeta”, perdeu o pio? Já não têm poemas para declamar?

Após dois minutos de silêncio, ouve-se através das mesmas ondas hertzianas, numa voz grossa, soluçante e entaramelada, a seguinte mensagem:

- Alforreca, hic… Al…forreca… levanta a saia…hic… e baixa a cu…cueca… hic…!

Consta que ambos os veleiros têm continuado a participar em regatas pelos mares do Algarve, mas respeitando sempre um estratégico silêncio radiofónico.