Mesmo os que não navegam, os que não partem sulcando as ondas, atravessam a ponte levadiça que se abre para deixar passar os veleiros, e passeiam pelos cais desfrutando a paisagem tranquila dos barcos ancorados. Em época estival, são as cores dos cascos que a luminosidade algarvia reflecte no espelho de água, é o som das adriças batendo nos mastros ao ritmo do dominante vento Norte e, ao fim do dia, a serenidade e a frescura do local, contrastando com as noites abafadas da urbe.A marina, além de valorizar o espaço no qual foi implantada (quem não se recorda daquela porção do estuário, meio abandonada, sem uso nem serventia útil?!), proporcionou essa aproximação entre o rio e os habitantes e firmou-se como destacada estrutura de acolhimento turístico e atractivo regional. Não é apenas o turismo náutico que atrai pessoas para o lazer nos diversos períodos do ano mas sobretudo a imobiliária, valorizada por esse ambiente náutico, que resulta num impacto benéfico para a economia local.
Ao que consta, a Marina de Lagos pretende expandir-se e ocupar a zona da Doca Pesca, projecto que parece contar, já, com o apoio das entidades que administram o território: Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos e Câmara Municipal de Lagos.Na minha opinião, e considerando o historial de qualidade da Marina e os factores benignos que tem produzido para a cidade, não estou contra, bem pelo contrário. Porém, existem alguns aspectos que julgo deverem ser acautelados: Quando atrás enunciei os vários actores que mantém viva a tradição e as aptidões marítimas e náuticas de Lagos, não estabeleci qualquer ordem de importância porque entendo que todos eles são igualmente importantes. Assim, qualquer dinâmica que vise excluir, reduzir ou dificultar a actividade dos pescadores no meio marítimo lacobrigense constituirá um factor lesivo para a cidade, não só no plano económico mas, sobretudo, no espírito da tradição marítima que a existência destes mantém viva. Por outro lado, não esquecendo que a actividade da Marina é de índole privada e que para isso procura, legitimamente, rentabilizar economicamente toda a sua actividade, afigura-se importante equacionar a manutenção do número de ancoradouros/amarrações existentes e respectivas taxas cobradas pelo IPTM no plano de água que gere actualmente; considerando que, para os proprietários das pequenas embarcações de pesca recreativa e de actividades marítimo-turísticas, se torna incomportável suportar as tarifas de uma moderna marina de recreio.Não precaver estes aspectos conduzirá à exclusão e consequente desaparecimento de inúmeras embarcações de gente da terra, quebrando o equilíbrio que existe na utilização e fruição da Ribeira de Bensafrim, e no acesso ao mar, esse valioso bem que os naturais de Lagos partilham com os seus visitantes.
Não me parece lógico que o anfitrião se despoje do que é seu e se coloque na rua, entregando a casa aos seus convidados. Afinal de contas, é apenas uma questão de bom-senso e de harmonia. Os lacobrigenses identificam-se com a sua história ligada ao mar, revêem-se também na beleza da sua Marina como nos restantes espaços ribeirinhos e marítimos (a magnífica baía, a doca pesca, etc.) e, certamente, desejam manter esta relação.
Ao que consta, a Marina de Lagos pretende expandir-se e ocupar a zona da Doca Pesca, projecto que parece contar, já, com o apoio das entidades que administram o território: Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos e Câmara Municipal de Lagos.Na minha opinião, e considerando o historial de qualidade da Marina e os factores benignos que tem produzido para a cidade, não estou contra, bem pelo contrário. Porém, existem alguns aspectos que julgo deverem ser acautelados: Quando atrás enunciei os vários actores que mantém viva a tradição e as aptidões marítimas e náuticas de Lagos, não estabeleci qualquer ordem de importância porque entendo que todos eles são igualmente importantes. Assim, qualquer dinâmica que vise excluir, reduzir ou dificultar a actividade dos pescadores no meio marítimo lacobrigense constituirá um factor lesivo para a cidade, não só no plano económico mas, sobretudo, no espírito da tradição marítima que a existência destes mantém viva. Por outro lado, não esquecendo que a actividade da Marina é de índole privada e que para isso procura, legitimamente, rentabilizar economicamente toda a sua actividade, afigura-se importante equacionar a manutenção do número de ancoradouros/amarrações existentes e respectivas taxas cobradas pelo IPTM no plano de água que gere actualmente; considerando que, para os proprietários das pequenas embarcações de pesca recreativa e de actividades marítimo-turísticas, se torna incomportável suportar as tarifas de uma moderna marina de recreio.Não precaver estes aspectos conduzirá à exclusão e consequente desaparecimento de inúmeras embarcações de gente da terra, quebrando o equilíbrio que existe na utilização e fruição da Ribeira de Bensafrim, e no acesso ao mar, esse valioso bem que os naturais de Lagos partilham com os seus visitantes.
Não me parece lógico que o anfitrião se despoje do que é seu e se coloque na rua, entregando a casa aos seus convidados. Afinal de contas, é apenas uma questão de bom-senso e de harmonia. Os lacobrigenses identificam-se com a sua história ligada ao mar, revêem-se também na beleza da sua Marina como nos restantes espaços ribeirinhos e marítimos (a magnífica baía, a doca pesca, etc.) e, certamente, desejam manter esta relação.
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